Carta #06 - "Ocupar as instituições": Terapia do fracasso
Olá, caro leitor.
Espero que tudo esteja bem por aí.
Há uns meses, ministrei uma palestra para o IBC sobre o que eu considero um problema fundamental para superar essa decadência do Ocidente. Eu diria, aliás, que o tema é justamente a causa da queda. Para explicar melhor ao que eu me refiro, resgato um antigo texto meu chamado Ur-platonismo e a modernidade e comento por que o famoso "ocupar as instituições" não dá certo.
Alguns termos são utilizados para expressar um conjunto de teses compartilhadas por um conjunto de pensadores dentro de uma determinada tradição, mesmo que, entre os pensadores, haja divergência pontuais sobre um aspecto ou outro. É assim, por exemplo, com o termo “platonismo”, que expressa uma tradição de pensamento derivado, obviamente, de Platão. É assim com o termo “tomismo”, “aristotélico-tomista”, “escolasticismo” etc., cada um expressando conjunto de teses mais abrangente do que uma determinada linha de pensamento única.
Não me refiro apenas a escolas filosóficas. O termo “teísmo clássico”, por exemplo, expressa um conjunto de teses acerca da natureza divina (simplicidade divina, aseidade divina etc.) em que pensadores de diversas escolas filosóficas fazem parte. O termo “Lei Natural tradicional”, como outro exemplo, captura um conjunto de teses de diversos pensadores (Plotino, Padres da Igreja, Maimônides, Avicena, Averróis, Sto. Tomás e os grandes escolásticos etc.) compartilhadas sob a perspectiva ética.