Carta #10 - "Feliz ano Novo!" Mas que felicidade?
Olá, caro leitor.
Espero que esteja tudo bem contigo.
Pronto. Estamos no último dia do ano. Daqui a algumas horas, pelo menos aqui no Brasil, será 2024. Eu gosto de viradas de ano pelo seu caráter simbólico. É uma oportunidade de olhar para o passado e almejar o futuro; de apagar o velho homem e ansiar pelo novo homem. Ademais, é nesse período que todos dizem uns aos outros "Feliz Ano Novo!"
Mas, afinal de contas, que felicidade é essa que deveria ser desejada?
Infelizmente, na nossa era, com a ascensão do utilitarismo e depois de alguns séculos de influência iluminista, a felicidade e a ética ou moralidade está basicamente perdida. Hoje, o homem busca a justiça não porque ela é uma virtude que o fará feliz, mas porque ela é algo que lhe pode ser útil. Ele pensa algo mais ou menos assim: “Talvez eu seja mais feliz se tratar as pessoas com justiça, porque elas me tratarão com justiça em troca e isso me fará feliz”. Ou seja, não é a moralidade que determina a felicidade, mas a utilidade. É por isso que, na nossa cultura, homens imorais são, muitas vezes, chamados de felizes. "Deixe ele ser feliz", diz-se a alguém que critica algum comportamento imoral de outro.